Do Pop ao Teatro de Rua - Revoluções Ibéricas de Género em António Variações e José Pérez Ocaña | Paulo Pepe
1ª Publicação: 2017 | wook
Numa era, em que se começa a se verificar algumas mudanças relativamente a homossexualidade, a Ibéria tem ainda um longo caminho a percorrer para romper com as mentalidades de dominação masculina. ao longo dos séculos, as instituições de poder têm persistido em governar os nossos corpos, e têm legislado contra o género, a sexualidade e atos sexuais considerados desviantes das normas prescritas. a música, a dança assim como a performance também foram julgadas pelas ambiguidades que poderiam perpeturar. no contexto Ibérico, estas identidades também não se encontraram isentas destas legislações e punições e com a instauração dos regimes salazarista em Portugal, e franquismo em Espanha foram reforçadas estas leis e medidas de coerção contra estes atos sexuais que divergem da normatividade.
Com o fim destes regimes ditatoriais na década de setenta, a Ibéria sofreu um boom em vários aspectos socioculturais e políticos. Foi durante esta mesma altura, que Portugal e Espanha viriam a conhecer dois perfomers que marcaram este período de transição: António Variações e José Pérez Ocaña. Estes dois artistas não só acabariam por mudar a realidade destas duas sociedades, mas também acabariam por desempenhar um papel fulcral em termos sexuais e de género, embora isto não fosse visível para todos. Ambos artistas acabaram por ter um papel importantíssimo na articulação e construção de identidades que se encontram fora da esfera normativa.
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